
Espinheiras
secas em pó
e deserto
rodeiam ongandas-cazumbis
abandonadas aos ventos da secura e da guerra.
Esqueletos de vacas
-outrora gordas e ubérrimas-
jazem brancos na aridez
implacável do Deserto.
As ongandas vazias, abandonadas;
os sambos mortos, fantasmas;
as manadas diluídas no pó dos caminhos;
Muílas Mukubais Kurokas
perdidos chorando
nos subúrbios esfomeados das cidades
_ A guerra: grande imenso deserto!
_ A seca: grande Omakisi assassino!
E de longe dizem:
_ Acabou a guerra!
_ Acabou?!...
(Duvida quem sofre: o POVO.)
(Janeiro 1998)
NAMIBIANO FERREIRA